sexta-feira, 24 de maio de 2013

Lição 10: Como fazer o “Bourrage” de um manequim clássico, de 29 de março de 1959

Ilustração de Gil Brandão
Quem costura para si própria não pode prescindir do uso de um manequim que reproduza, tanto quanto possível fielmente, as linhas do próprio corpo. Os manequins especiais, feitos individualmente são muito dispendiosos, bem como os ajustáveis. O manequim rígido, do tipo clássico, pode ser usado satisfatoriamente, desde que sofra o processo que os franceses chamam de “bourrage”, ou seja, uma espécie de estofamento.

Em primeiro lugar, deve-se escolher um manequim, cujas medidas nunca seriam maiores do que as do próprio corpo. Isto lhe permitirá, querida leitora, fazer o “bourrage”, reforçar certas partes do manequim para obter a reprodução fiel do seu corpo feita com auxílio de uma fazenda de algodão – obtida no comércio sob o nome de algodãozinho – cortada nas suas próprias medidas. O primeiro passo será então a tomada das medidas, o que deve ser feito com toda a minúcia e cuidado. Escrevê-las numa ficha na seguinte ordem:


  1. Circunferência do busto.
  2. Circunferência da cintura.
  3. Circunferência dos quadris.
  4. Largura das costas.
  5. Largura da frente do busto.
  6. Comprimento das costas, do ombro à cintura.
  7. Comprimento da frente, do ombro à cintura.
  8. Comprimento do ombro à ponta do seio.
  9. Comprimento do ombro à barra da saia.
  10. Comprimento da barra da saia à terra.
  11. Comprimento do ombro, do pescoço à cava.
  12. Comprimento da manga, braço dobrado.
  13. Circunferência do braço na parte mais grossa.
  14. Circunferência do antebraço.
  15. Circunferência do punho.


·         Material necessário
a)    2m de algodãozinho bem forte, com 80cm de largura.
b)    Estofo: crina ou pasta de algodão.
c)    Organdi de algodão.

·         “Bourrage” parcial ou provisório
Com auxílio de estofo, reforce o seu manequim, olhando-se bem no espelho e controlando com uma fita métrica o que lhe falta nas omoplatas, na cintura, no busto, em relação às suas próprias medidas. A figura mostra em cinzas esses reforços parciais, feitos com a pasta de algodão, fixados por meio de alfinetes e mantidos sobre o manequim por meio do organdi de algodão.

·         Desfecho do forro do corpo em 4 peças
Este forro em algodãozinho é usado para o “bourrage” definitivo do manequim. O seu desenho se faz por intermédio de uma fita preta, que se pende com alfinetes sobre o manequim, seguindo todas as linhas de construção: meio da frente e das costas, linha lateral, por baixo do braço, busto, cintura, quadris em duas alturas, ombros, pescoço e cavas. Acrescente duas linhas verticais: uma nas costas, que parte do meio do ombro até a cintura, a 6 cm do meio das costas, e outra na frente do busto, que parte do meio do ombro até a cintura, a 6 cm do meio da frente. Tendo sido assim estabelecido o desenho do forro do corpo até a cintura, continue as linhas para os quadris numa direção harmoniosa. Todas estas linhas feitas com a fita preta indicam o lugar das costuras. A figura mostra nitidamente a disposição do desenho no manequim.

·         Execução
Tome do algodãozinho, corte retângulos de 1 metro de comprimento e de uma largura igual a cada espaço limitado por duas linhas de fita preta. Acrescente 6 cm para cada costura.

·         Preparação do sentido dos fios
No meio de cada pedaço, tire um fio da fazenda nos dois sentidos, para se guiar, riscando em seguida com um lápis, o sentido do fio reto (o que também pode ser feito por meio de um alinhavo com linha preta). No sentido horizontal estes traços indicarão a linha da cintura.

Na próxima semana (postagem!), veremos a instalação do forro sobre o manequim.

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